O QUE MAIS NOS RESTA...

I

o que mais nos resta

a não ser a saudade perdulária

do tempo entremeado da saudade vária

saudade ebúrnea, saudade mortuária?

o que mais nos resta

a não ser a preservação da espécie

na projeção maior que se oferece

e aparece túrgida enquanto cresce?

II

busco enfim

desfazer-me dos trapos

que me construíram.

não sei o que posso;

não sei o que ouso(ouço);

apenas a razão

numa incessante busca

selecionada,

fato por fato;

cada instante de loucura,

cada palmo de sonho

que se espalham à minha volta

num ímpeto, quase que temerário,

de deixar ao passado

o cordel de suas memórias.