O som do meu silêncio

Meu silêncio nada fala,

mas tudo pode dizer...

No canto desta sala,

embora sem minha fala,

há muito que se entender...

Venha ouvir minha quietude,

ver a intenção a que alude,

meu gesto para você.

Fique assim, nada mude!

Aflore, externe seu querer!

Para que tudo melhore

(ou que até piore),

mesmo sem saber para quê.

Não fuja e, mesmo que finja,

olhe-me, veja tudo ocorrer.

Ouça-me num silêncio mútuo,

tenha-me num profundo prazer.

Junto a seu peito eu flutuo,

mas em seus olhos vou me deter,

pois todo o seu corpo cultuo...

e o silêncio vou romper.

Basta apenas que me aceite,

e para nosso deleite,

deixe-me pertinho de você.

Agora com minha fala,

no silêncio desta sala,

tudo vai acontecer.

AURISMAR MAZINHO MONTEIRO
Enviado por AURISMAR MAZINHO MONTEIRO em 29/03/2011
Reeditado em 23/08/2021
Código do texto: T2878182
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