Um poema pousou na minha mão
Um poema pousou na minha mão
Como uma pena
Dengosa e pequena
Guiada pelas mãos ternas
De uma brisa suave
Rodopiou, o poema
Fez firula no ar
Velocidade ventou
- o poema veio pousar na minha mão
Abri sorriso bobo
Olhei
Olhei
Olhei
Poema não se moveu
Era belo
Era leve
Acalentava a alma
Vê-lo assim, pousado na mão
Tão belo que, confesso
Quis prendê-lo no papel
Para mostrá-lo a vocês
Mas o poema, que coisa,
Pegou carona na próxima brisa
Restou mão vazia
Papel em branco
(onde fiz esses rabiscos)
E a visão do poema sumindo
Nas asas do infinito.