O Retorno do Rei

Velas na janela iluminam meu castelo.

Uma brisa leve canta para mim.

Sirinies povoam a minha cama

E consomem o meu corpo.

Perco-me em fragmentos

Do que sou e do que fui.

Sinto o aço das espadas do tempo

Me banharem em sangue e me lavarem em lágrimas.

Pelos corredores a dor ecoa.

São violinos furiosos,

Devoradores das almas dos homens,

Rancores divinos.

Em cada sala uma batalha a ser travada.

Os espelhos refletem o medo e a ira.

Entre a cruz e a espada só resta o sorriso da morte

Em seu trono de carne e osso.

Toma-me pela mão a bruxa de Aton.

Enebria o meu ser com seus raios de sol.

Faz de meu coração o seu poço de sangue

E seu sarcófago pulsante.

O aríete sagrado desfaz os portões da dúvida.

As torres estão em chamas.

O prisioneiro será libertado

E com seus grilhões reinará para sempre...

Alex Dumal
Enviado por Alex Dumal em 11/11/2006
Reeditado em 12/09/2008
Código do texto: T288153
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