Hematófagos
O sangue escorria.
Ela me mordera.
"Por que? Como?"
Foi como reagi
Quando percebi
Onde me meti.
Era um encontro,
Desses às escuras...
Estava carente.
Agora tenho sede,
A latente necessidade.
Sede, sede, sede...
Meu amigo dissera:
"Ela é bela, culta..."
Foi minha culpa.
Não posso culpá-lo
Por minhas fraquezas.
(Ele sabia. Certeza.)
Corpo esguio,
Ares soberbos,
Olhares de anjo caído...
Senti certo medo,
Talvez fosse instinto...
Algo não estava certo.
Ignorei meus sentidos.
Ela era meiga, afável.
O que daria errado?
Do bar para casa.
Da casa para o quarto.
Pensei estar apaixonado...
Talvez estivesse.
Senti seus lábios
Em meu pescoço nu.
Eu era a presa
Inquieta sob domínios
De uma bela fera.
Um calafrio percorria
Meus músculos e espinha.
Era tudo que sentia.
Mal pude notar
Uma mordida leve
Seguida do frio inundante
Nem a tonteira
Devido à perda
Excessiva de sangue.
Desmaiei (morri?). Acordei.
Ela fora embora,
Mas deixara sua marca.
Agora sou também
Amaldiçoado como ela.
Não possuo ninguém.
Vivo pela sede,
Mas não minto,
Não como ela...
Apenas lhe digo
O que de você
Infelizmente preciso...
E que lhe tomarei
Mesmo que não queira,
Pois sem isso...
...Definho.