PARA ME SENTIR VIVA
Preciso me embriagar do sol poente
Da serenidade que a noite traz
Saciar a fome com os alimentos da alma
Respirar o ar puro e flutuar
Preciso sentir o gosto da aventura
Despertar num dia radiante
Estampar no peito o sol que brilha dentro
Vaguear por entre flores
De todas as cores, de todos os jeitos
Preciso entoar uma canção qualquer
Que ficou na minha mente
Deixar a água cair sobre meu corpo suado
de defesas armadas, confortos cristalizados
Preciso compartilhar do amor,
do olhar molhado de alegria
São tantas as fendas, as portas, as divindades
Preciso ousar a travessia, ancorar de minha viagem
no lúcido movimento
Das ondas da vida que se quebram
no eterno vai e vem.
Janeiro/2006