O que de ti me dói
E essas amargas lembranças ainda me doem.
Essas peripécias que me dominam,
esses teus chamados que não me vêem,
ainda me doem.
E esses sintomas que sinto,
dessa imensa saudade que ostentas tu,
ainda me doem.
Essas rosas vermelhas e tão cinzas, que recebo nas manhãs de sábado,
ainda me doem.
Esses calorosos apertos tão frios e pacatos,
juntos aqueles ópios instigantes,
combinando o aroma com tua voz branda,
ainda me doem.
Essas palavras falsas sinceras
que me recitas
e os retratos dos teus traços que miro teus,
ainda me doem.
Me doem por completo, não por inteiro,
Me doem o dia inteiro e não por um canteiro.
O tempo passa e me dói mais profundo.
O roçar da tua barba em minha face,
junto teus beijos macios e profanos,
sempre me doem.
Teus olhares desviados,
junto as tuas piscadas malandras,
me doem mais profundo do que teus profanos beijos.
Os pensamentos meus,
que te apoderas tu,
me gastam mais neurônios do que
aquelas declarações mesquinhas que fazia eu á tu.
Cada fragmento do teu corpo,
junto tua alma,
carregam consigo pedaços meus,
que sempre me doem ao pensar na
simetria do teu completo,
porque sempre teu completo não me basta,
apenas me dói.