O que de ti me dói

E essas amargas lembranças ainda me doem.

Essas peripécias que me dominam,

esses teus chamados que não me vêem,

ainda me doem.

E esses sintomas que sinto,

dessa imensa saudade que ostentas tu,

ainda me doem.

Essas rosas vermelhas e tão cinzas, que recebo nas manhãs de sábado,

ainda me doem.

Esses calorosos apertos tão frios e pacatos,

juntos aqueles ópios instigantes,

combinando o aroma com tua voz branda,

ainda me doem.

Essas palavras falsas sinceras

que me recitas

e os retratos dos teus traços que miro teus,

ainda me doem.

Me doem por completo, não por inteiro,

Me doem o dia inteiro e não por um canteiro.

O tempo passa e me dói mais profundo.

O roçar da tua barba em minha face,

junto teus beijos macios e profanos,

sempre me doem.

Teus olhares desviados,

junto as tuas piscadas malandras,

me doem mais profundo do que teus profanos beijos.

Os pensamentos meus,

que te apoderas tu,

me gastam mais neurônios do que

aquelas declarações mesquinhas que fazia eu á tu.

Cada fragmento do teu corpo,

junto tua alma,

carregam consigo pedaços meus,

que sempre me doem ao pensar na

simetria do teu completo,

porque sempre teu completo não me basta,

apenas me dói.

Marinara Sena
Enviado por Marinara Sena em 07/04/2011
Reeditado em 08/05/2011
Código do texto: T2895436
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