As Nuvens
As nuvens são brancas, branquinhas
Com jeitinho de algodão
Aí penso, repenso:
Será que são?
Em dias de chuva
cabisbaixas-cinzentas
escuras...
Rompem a claridão
Entoam raivosas, num canto explosão!
Parindo suas águas
voltam às origens
branquedas estão
Aí, encafifofô:
São nuvens de algodão?
Fofinhas nuvens, fofas nuvenzinhas
beijam as montanhas
num gesto paixão
O que produzem essaszinhas,
além de raios, água e trovão?
Às nuvens!
Formas formando arte
em explícitas aparições
Vão vagando, soberanas,
entre pássaros-aviões
Que segredos guardam
desse branco-imensidão?
[...] Frieden, Yasuragi, Shalom, Vrede...
Paz!
Vêem tudo, são testemunhas,
lá do alto saberão
Que a menininha que as contempla
com tamanha excitação
Não tem outro pensamento
A não ser a doce dúvida:
Seriam nuvens de algodão?