Nada além

Nada tenho nas mãos

Que lhe possa ofertar

Nada além do meu eu

Posto que por si só

Ele não lhe satisfaz...

Sei bem que ocultas

O tremor que sentes

Quando o meu olhar

Encontra com o teu...

Mente, se desvia, finge...

Sei bem quem eu sou,

Nem tão pouco o tanto

Que eu lhe demonstro

Nem o tanto que sonho

Sou o que posso ser

Por isso não me culpe

Por eu não ser nada

Do que estereotipastes

Se eu for o que queres

Já não serei o que sou

Assim me fez o mundo,

Indomável como o vento

Nau sem rumo, sem porto

Percorro meu caminho

Apenas com meu destino

Em mãos e nada além

Se te amo desta forma

Estranha, desprendida

Se nem eu seu ao certo

Qual a sua real medida

Nem sequer compreendo

Ao certo seus contornos

Sou o eco que ecoa

No âmago da tua alma

Que arrepia tua pele

E se finda num suspiro...

Fecha os olhos e ouvidos

Eu também hei de fazer-lo

Seremos apenas a sombra

Amarga das memórias

Seremos tão pouco para

O monte que aparentamos

Seremos pouco, tão pouco,

Que seremos insignificantes

Que caem em esquecimento...

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 08/04/2011
Código do texto: T2897151
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