Os sonhos, o morro e o mar – 11/10/2009, às 22:14h
Eu observei os sonhos atirando-se morro abaixo
Eu segui parâmetros ideais
Mas em nenhum eu me encaixo
Eu segui...E foram lágrimas demais
Eu sei que reclamo
Mas as marcas alguns superam e outros não
Eu sei que um pouco eu me amo
E não vou perder o controle, não vou não
Como pode alguém com tantas sequelas sentir prazer?
Não sei
Como pode alguém que morreu continuar a viver?
Nem notei
Eu morri
Entretanto, preciso acordar
Eu vivi
Como se nada a vida pudesse dar
Ai meu Deus
Porque escrevo coisas assim?
Porque sou como indigente noite sem fim?
É o meu fadário, é a vida de Prometeus
Eu não vejo saída
Nem sonhos, nenhuma evidência que caiu
Eu olhei para baixo do morro e ao longo da descida
Um sonho sumiu
Eu clamei pela sua volta
E ensanguentado ele sussurrou
Que não queria presenciar o dia de minha revolta
Por isso se suicidou
Uma vida bem vivida nem montanhas de sal resseca
Um céu com estrelas torna a vida leve como uma pluma
A chuva lava e o sol seca
Minhas tristezas, uma a uma
Senti frio e fome
No deserto da desilusão
Vi sonhos e constelações sem nome
No deserto da confusão
Eu estou confuso, não sei o que é sonhar
Não sei cuidar de sonhos feridos
Eu os encontrei no mar
Mais do que eu, estavam totalmente perdidos