...Mas se a vida não nos mostrar o que é a liberdade
...Mas se a vida não nos mostrar o que é a liberdade
Não poderemos caminhar sobre este imenso mar
Não poderemos nunca voar, sem tirar os pés do chão
Não poderemos mais pisar nesta estrada de papel
Daqui eu arrisco a olhar de soslaio para o horizonte
E os meus pensamentos vão a outro lugar e não levam o meu corpo
As nuvens nunca serão nossas e nem o gosto do céu
Apenas sei que de onde vem a chuva vêm também os trovões
E quanto mais alto eu vou
Mais tempestades vêm brincar
Esqueça tudo e diga-me... Onde está a liberdade?
Diga ao menos que já viu a liberdade. Diga... Onde está a liberdade?
Ser na vida um escultor do que prega a realidade
Ser na vida como um soldado com saudades de sua pátria
Ser na vida um catador
De quimeras abandonadas, querendo encontrar a liberdade tão almejada
Escolhemos um caminho
Que às vezes é escorregadio e escuro, sem nenhum traço de liberdade
A minha liberdade carrega consigo limites ideais
Mas continua a não deixar farelos por onde anda
Se o soldado não lutou
Talvez não tivesse razão
Talvez a morte do inimigo não lhe trouxesse liberdade
É Melhor não se sonhar com o que não se pode ter
Mas se a vida não mostrou o que é a liberdade
Então o mar já secou e não tem graça atravessá-lo
E se as nuvens abandonaram o gosto pelo céu, não há como tocá-las
E se o solo restou estéril, diga-me onde plantarei a liberdade?
Agora que a encontrei...