ESTAÇÃO CENTRAL, EM BELO HORIZONTE

No metrô

O moço, cego, e o menino

Mais que uma cena do cotidiano da metrópole

Uma situação notável.

Longe de ser a cegueira do moço

Ou a simplicidade e pureza do garoto,

O que chamou a atenção, foi a união e, principalmente,

a distância entre eles e o mundo lá fora.

Ante a violência do grande centro

Diante da indiferença de parte do mundo ante às dificuldades

dos deficientes visuais

Perante a frieza de uma sociedade que observa pouco, mesmo vendo muito

Ali estavam, o homem e o menino

O semblante do menino, não sei definir exatamente

Mas era de felicidade, de ambos

E a alegria do menino, de ali estar, com o moço

Se seu pai, tio ou amigo, não sei

Me contagiou

Ver, enxergar e agir, são mais que sentidos ou possibilidades

São virtudes, possuídas por alguns cegos que vêem

Mudos que falam, surdos que escutam e, essencialmente,

Por pessoas normais que, por buscarem a pureza daquela criança e adquirirem a sensibilidade daquele cego

Mudam-se, de pessoas comuns para seres especiais

Porque necessidades especiais são obstáculos,

não impedimentos às realizações

Ser feliz, sim, é necessário

Que Deus cuide

Do menino e do moço cego.

Ed Belmont

Ed Belmont
Enviado por Ed Belmont em 11/04/2011
Código do texto: T2902458