Pele Negra (ao dia da consciencia negra 20/11)
Sou de pele Negra sim sinhô
Não só a pele reflete minha cor
Sou de alma negra, sangue negro
Sou quilombo, Sou palmares
Na terra que seus pés sustenta
Tem os pingos do suor do meu avô
Pingos de lágrimas, de sangue
Do chicote envenenado, da saudade inacabada
Esse sol que agora faz seu dia
É testemunha do negro labor
Trabalho do meu povo,
Mas que só o corpo escravizou
A alma pairou livre,
Nas minhas danças e nos meus costumes
Nos meus sonhos ninguem mandou
Sou de alma negra sim sinhô
Sou de guerra, sou de paz
Na história sou o ator, o enredo
Sou semente do fruto que sua mão colhe
Minha alma negra, meu sangue negro
Corre misturado ao seu corpo inteiro
Este sangue, esta alma é quem alimenta este chão
Sou irmão, sou você de pele negra
Sou seu povo, negreiro, brasileiro
Sua mãe, seu avô
Sua comida, sua bebida
Que tem a alma e o som negro
Sou de pele negra sim sinhô
Meu sangue corre na sua história
E minha alma corre na sua veia...