O POETA E A CIDADE 31

Numa cidade onde a mentira e a bajulação

É-nos tão família, quase irmão,

Os burros conduzem a massa,

E na praça os bêbados decidem a pauta!

E nessa cidade onde o estrume é de nós tão comum ato,

O habito é,

Corromper-se mas rápido,

Ensinado de cima pra baixo.

Mas o deus não nos esquece!

Pois, pra tanta lama que nos aparece,

Me pego não só nas preces,

Mas nas águas santas que nos lavará dessas prestes.

Numa cidade onde a mentira e a bajulação

É-nos tão família, quase irmão,

A culpa é quase de todos,

Embora o choro não.

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 13/04/2011
Código do texto: T2905510
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