O caminho que tomei

Suspirando, estarei contando a ti,

Daqui a mil anos, o que aconteceu:

Dois caminhos bifurcavam, e eu -

O menos pisado tomei como meu

E a diferença esta toda aí.

Robert Frost.

O caminho que tomei

Recomeço aqui.

No caminho que não tomei,

entre amores que não tive,

entre passos que não dei.

Estou errando parado aqui.

Talvez seria melhor tomar o bonde.

Ou encarar um ônibus até Esparta.

Você já esqueceu esse momento?

aquele obnubilado pela vida errante?

seu óbito no mês de agosto?

Vamos festejar entre guerras insignes,

nossa consciência de dias insípidos

beijando mulheres de bocas insofismáveis.

Os passos que julguei necessários

estão queimando nesse nosso caminho virgem

caminho que não desejo palmilhar

caminho que não necessito marchar

caminho que não preciso dar meia volta.

O céu esta azul como deveria estar

a beleza foi relegada entre corpos,

músculos, sexo, anabolizantes e cobaias.

O caminho que tomei

não me levará para Esparta

nem para um download

na máquina do mundo.

O caminho que tomei não tem cultura

o caminho que tomei não é amável

o caminho que tomei não dá Ibope

o caminho que tomei é triste, fadário e falível...

o caminho que tomei esta fadado a ser poesia.

Erivelton Machado Guimarães

e-mail:erivelton@machadoeguimaraes.com.br

www.recantodasletras.com.br/autores/eriguimaraes

Ton Machado Guimarães
Enviado por Ton Machado Guimarães em 14/04/2011
Reeditado em 30/01/2019
Código do texto: T2908165
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