Diante do que não entendo
Sou limitado demais
para compreender
as fúrias e paixões
que movem os homens
e configuram
o enredo da vida.
Sou pequenino demais
diante do impassível tempo
que ás vezes escreve torto
em minhas linhas certas.
Por isso falo através da poesia,
onde posso ser múltiplo ou nulo.
Sou menino demais
para suportar as dores e apatias
desse triste mundo adulto.
Por isso protejo meu coração
em distantes ilhas
e castelos de pedra.
Países, cidades, lugares, pessoas
construíram minha identidade
de estrangeiro,
deram-me esta alma
de nômade,
a inquietude da dúvida.
Thiago Cardoso Sepriano