Meu poema

Nada de poema calculado

Gosto dele quando é um riso

Um soluço uma lágrima

Um berro um gozo um grito

Não gosto de poema pedante

Matematizando invencionice

Amo-o se ele é vida

O cotidiano em luta

De todo amor o vibrante

E até ódio de dedo em riste

A razão em si

Fique com a ciência

Talvez com a filosofia

Ao poema cabe ser

A vida que resiste

E a dança de todo dia

O poema não é tese

Nem é dissertação

O poema é simplesmente

Fantasia jorrando vida

Da fonte imaginação

__________________

*CORREIA, W. Meu poema. In V concurso Kelpes de poesia falada - antologia adulto. Goiânia: Kelps, 2005, p. 142.