Consumado
Abro os lábios e proclamo
que no leito à frente
a vida hoje começa
e esse sonhar insano
que turva minha mente
pede que assim aconteça
sem pressa
sem promessa
deixando que os corpos decidam
por onde as almas se encontram
Em que caminhos nos buscamos
em que estrela nos achamos
em que lua nossos olhares se deram
um pedaço de mim
está perdido em ti
desde o dia que te achastes em mim
enquanto a vida corre apressada
me terás repensada
feito nova canção
uma lira ciciante
a romper as tuas auroras
como chama brilhante
acendendo tua emoção
sem lembranças outroras
já não esperamos
se a vida hoje convida
e nos põe a taça na mão
nos aceitamos
nessa consumação atrevida
fechando atrás de nós
as portas do passado
em nossos beijos esperados
somente um pecado
o sussurro da nossa voz...