A arte do tempo

“Uma lembrança / que traz de volta / uma dor antiga / uma ferida que é uma boca / de tão aberta / E esse peito / está tão cinzento / que chego a pensar / que chove nas vísceras”.(Fragmento de Oferenda - Paulo Veras)

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A policromia se esvai

Pigmentada pelas recordações

De antigas retículas inconsistentes

Insistentes...

Negativos da "aborrência"

Sob a luz do estouro dos casulos,

Indiferentes ao enquadramento do tempo

Momentos atemporais...

Teimosos sombreamentos

Desde a captação do instante

De lembranças sempre impiedosas

Tampouco cuidadosas...

Falsa liberdade

Ontem

Constante...

Borboletas em frenesis,

Retrato presente

De cor

E dor...

O velho álbum desenganado

Guardando sozinho em prantos,

O agora sorriso Preto e Branco

Alma incolor...

A arte do tempo

Jamais se negará a revelar

Os desfoques dos falsos encantos.

Kal Angelus
Enviado por Kal Angelus em 14/11/2006
Reeditado em 19/12/2012
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