Brincar de Barro

As pedras ficam no lugar

Mas nunca é a mesma pedra

O vento e a chuva já se foram

Enquanto eu chego sempre

Só sobrou-me entre os dedos

As pedras de hoje e o pó

Das pedras de ontem, amassadas

Pelo vento e pela chuva sob o sol.

E sob a lua e igualmente à lua

Choro pedregulhos entre palmas

Tão brancas como ela do céu

Tão frias como ela da terra.

E fico passando de uma a outra

Até petrificar a minha face,

Os olhos não correm mais, só olham

O buraco que cavei em minhas mãos.

Adrienne Kátia Savazoni Morelato
Enviado por Adrienne Kátia Savazoni Morelato em 24/04/2011
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