Isolando II

Isolando II

É dia, mas os papéis colados escurecem o quarto,

É uma noite simulada.

Como a neblina, que apesar de clara, desaparece com tudo.

Depois vem o medo, meu terror solitário e noturno,

Apesar de saber que lá fora há sol,

O frio me envolve totalmente.

O que esperar, às 6 da tarde,

Além da noite, do bonde e da solidão?

A luz cansada começa a iluminar as casas.

Todos à descer as janelas e a trancar as portas;

E eu, na vigília da noite...

Aonde os gatos são pardos,

E o beijo, Ah! O beijo surgirá por detrás do esperado,

Do pijama encharcado, do suor, da vontade.

Nada se pode saber ao certo...

O que não é amado, apenas porque não o consegue...

O que foi colocado,

E, já está perdido há tempos,

É conhecido, até por mim,

Estrangeiro se afastando do porto da Espera.

Marise Cardoso Lomba
Enviado por Marise Cardoso Lomba em 30/06/2005
Código do texto: T29285