Só amanhã...

Não há mais esbranquiçados em meus olhos

Tudo está tão vermelho, embasado...

Meu recreio cessou a muito

Por descuido ou excesso de cuidar

Tudo acabou, como não tinha que acabar

Você encara de forma tão serena

Posso ver além da cena

Posso ver como choras tão amargamente

Como eu já tanto chorei

Mas de repente, por um instante eu sei

Não poderia ter sido mesmo diferente

Tinha que ser realmente assim

Estou cansado de chorar por você

De chorar por mim, por nós...

Queria me desfazer de ti

Queria me auto-escrever

Queria me despir, reagir a tudo isso

Emudecer as vozes constantes que relembram

Toda noite tudo o que se passou

Já tentei fugir, já tentei ignorar

Mas, tais coisas parecem apenas piorar a situação

Nem tão perto, nem tão longe

Nem deserto, nem floresta verdejante

É realmente uma relatividade cruel

Por isso nesse instante

Quero apenas esquecer o contexto

O depois, o antes, e só no atual momento

E só pensar em você

Sonhar com você hoje, mais uma vez

Quando amanhã, penso no que fazer...

Só amanhã, amanhã....