O gosto da rosa
Foi quando provei da rosa
— uma pétala rubra e saborosa —
que me olhaste assim, de lado,
com olhar de encantamento
e sorriso doce, admirado.
Ofereci a ti uma pétala,
fizeste cara de estranheza!
— Brigada, seu moço,
mas rosa não se come!
E eu quis te provar
que flor também é almoço,
quando é de amor a fome.
E por que gostei do teu riso,
perguntei teu nome:
— Rosa.
Nem precisavas ter nome de flor.
Podias ser só Maria,
que mesmo assim, de ti,
cada pétala eu provaria,
e em cada uma sentiria,
nos meus, o gosto dos teus
lábios cor-de-rosa.