As Reflexões de Gabriel de Fochem - XXV

Sem manta por abrigo,

o céu sobre o meu dorso,

à deriva, prossigo.

Sem medo nem esforço.

À chuva, ao frio, ao sol,

instante o movimento.

Se o chão é lamacento,

não temo que me atole

buscando outro mais firme.

Comigo na bagagem,

pressinto diluir-me

no todo da paisagem.

E a singularidade

da minha condição

perde-se na voragem

duma pluralidade

onde as partes do todo

se esbatem nos devires do lodo...

Infinitude e caos - constante mutação.

José-Augusto de Carvalho

21 de Setembro de 2001 - 4 de Outubro de 2010

Viana * Évora * Portugal

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 27/04/2011
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