Desejo
Sinto seus lábios cobrirem meu corpo.
Manto de estrelas, de perdição e de reconhecimento.
O arrepio sobe lento, magnetiza o corpo suado,
O alívio vem depois, mas nem precisava,
Angústia mais prazerosa que essa não há.
Os pés se tocam.
Toda chama parece querer reacender.
Toda extensão do ser parece querer fundir-se há algo que já possui.
E o suspiro já não é de alivio, e sim de vontade.
Mais que vontade, desejo.
Cada poro parece suplicar por alívio.
Cada pulso parece ser o último.
Os lábios entreabertos, os olhos bem fechados.
Pele e emoção se fundem.
E no fim, um gemido que jamais foi ouvido.