A LUA
no princípio da noite
contemplo-te
no teu voo inerte
des/metaforizada
enchargada
pelo xixi dos mitos
empanando
a noite
com o seu narcótico brilho lerdo
não és mais o boião de leite
que a noite
leva com mãos de trevas
nem o astro dos loucos
e dos apaixonados
te quero
sem artificios,
sem tropos,
sem neologismos
gosto de te contemplar assim
despojada
crua como mulher nua
satélite
ou simplesmente LUA!
Joelson Gomes da Silva