TODAS AS MANHÃS
todas as manhãs
o mesmo sol entrando pela vidraça
çao sem plumas sem asas
fuçando minha intimidade
os memsos pecados acumulados
a mesma oração sem fé
o mesmo Deus sepultado pelos crentes
o mesmo gole de café
as mesmas picadas
das abelhas invisíveis do sol
o mesmo girassol
a mesma rua e suas janelas
os mesmos sonhos entocados
o mesmo bairro
os mesmos dilemas
o mesmo país e seus problemas
o mesmo mundo
o mesmo caos
os mesmos moribundos
as mesmas religões e seitas
o mesmo Deus
nosso de cada dia
batendo à minha porta
ofertando-me a mulher do próximo!
Joelson Gomes da Silva