amor acrílico

meu peito

a clara luz do dia

clama pela vórtice do teu ser

lança o laço que laça

o ardor do bico rosado do teu seio fraco

passa cortante por inteiro

pelo leito e clama

clama e grita

ao contato do teu corpo que inflama

meu peito

sussurra e chora

ao beijar o teu ventre derradeiro

corpo acrílico no leito pede

por teu acrílico sexo

silenciosamente penetro

entrelaço amorosamente

teu ser estremecido

sob o jugo do meu ser

meu peito

arfa desperto

pelo barulho agridoce do rádio relógio

suspira aliviado pela urina quente

em contato com a fria louça do sanitário

estremece

na tépida claridade do frio

frio que varre

a pouca quentura que há

meu peito

a clara luz do dia

lembra a noite quente

saudoso

que ficou no quente leito

apago a pouca luz

que havia no amor recente

se escurece morre

em cima do leito quente que era

meu peito

tépido gelado

chora ri dentro do quarto frio

beija no lençol

teu rosado seio que se foi

meu peito

morre... afogado

num copo de bar

afogado dentro da noite

melancólica de um sábado

pastorelli

Pastorelli
Enviado por Pastorelli em 09/05/2011
Código do texto: T2958455
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