Prisioneiro

Quem rouba livro do amigo,

uma pepita da lavra,

está isento de castigo:

prisioneiro da palavra

Quem ao invés, livros doa,

por ser um amigo extremo

a quem tem rio, dá canoa

sugere que faça um remo

Quem busca em luta incessante

os labirintos do ser

sabe que a um diamante

lapida-se pra valer.

Quem vê no raro a valia

e salva ouro das traças

se aprisiona na poesia,

tem dó dos livres das massas

Quem crê na palavra escrita

de metáforas, coberta,

por prisioneiro acredita

que um olho só já liberta.

PAULO DE FREITAS MENDONÇA
Enviado por PAULO DE FREITAS MENDONÇA em 11/05/2011
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