SOLUÇOS

A chuva toca em minhas mãos

E eu escorro no pensamento

Inundo-me por dentro, viro emoção

Sinto uma aflição que não é tormento

-Um lamento em forma de canção

Sou rio e seu próprio leito

Efeitos e causa do que sinto

Um recinto sem esteio

Água corrente em labirinto

Finco na chuva meu desejo

E o sinto levado de mim

Sou o remate de um começo

Que antes do meio chega ao fim

Ivone Alves Sol

Sigo no espaço com meus pedaços

Deixo a chuva levar meus sabores

Todos os medos escassos

Na forma de meus amores

Rio para o rio que passa

Tenho meus olhos em sonhos

De tudo eu acho graça

Não sei mais de olhos tristonhos

Nos lugares em que não me encontro

Tenho o esteio de tua luz

Findou-se o desencontro

O amor veio de tua voz!

MÁRIO SÉRGIO ANDRADE

Meu cainho sempre meu Mar!