MANIFESTO

Treze de maio

aqui estou

sem correntes

nem açoites.

Liberdade, ainda que tardia!

Liberdade?

Qual o quê?!

Somos escravos!

são outros os grilhões

no homem de cor,

e de qual cor?

Qual cor é essa?

A pele miscigenada

os olhos, furta-cor

os cabelos estilizados.

Cor democrata

para quem acredita

não haver ditadura

nas entrelinhas políticas.

Somos escravos das horas

das horas e dos dias

do trabalho árduo

do salário mínimo.

Escravos sociais

engolindo desejos

sufocando paixões

por mera convenção.

Lei Áurea,

Ventre Livre

Libertação

O quê faz sentido?

Somos escravos

da balança, da moda

do ter e não ser

e não somos, pois perdemos

Perdemos a história

árvore de genética mista

mas nos orgulhamos

com nossas poucas conquistas.

Somos números

e somos votos

somos muitos

e tantas cotas a ser engolidas.

Viva o Treze de Maio!

as flores de maio

todas as leis

e a nossa Língua!

Elaine Spani

ELAINE SPANI
Enviado por ELAINE SPANI em 13/05/2011
Código do texto: T2968147
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