FERA ATÔNITA
crava,
poesia,
pantera disparatada
tuas imensas
unhas negras em mim
teu dorso negro
movimenta-se num
movimento branco
nas esquinas
esquisitas
do meu coração.
de noite
a nossa paixão
se agita como a um
cavalo escavando o caos.
apalpo tuas formas
(da cabeça
a cauda)
fera atônita
acendendo
estrelas
clandestinas de lã.
Joelson Gomes da Silva