condenação
caminho silenciosamente
nesse resto de outono
as montanhas longas
espreitam meus sonhos
fujo dos nomes
e das origens
da palavra que oprime
só sei do tempo que agora nasce
aqui feito ave
o corpo fatigado e tímido
vence as ladeiras escarpadas
em busca de ninguém
de nada
vejo muitas janelas abertas para receber o dia
que sentencia um azul profundo
como se fosse a jura dos seus olhos
como o mar
o mar
e eu sigo condenada às coisas salgadas
gozo
suor
e lágrimas