Vila da Barca

Estivas,

Estivas...

Barco de pesca,

Ruas entre igarapés,

Mururés.

Casa de madeira sorrindo pro Guajará,

Sol do norte que vem de lá.

Crianças arteiam alegria,

Cujo medo tem hora marcada.

É anhingá,

Água barrenta,

Lavadeiras,

Mães obreiras,

Filhos que batalham,

Crendiçes popular,

Senhores, pais pedreiros,

Carpinteiros...

Poetas do cotidiano,

Fazem e contextualizam histórias do lugar.

Marulhada no trapiche da calçada,

Vem em versos plácidos adormecer

O silêncio da madrugada enluarada.

Etá vila da barca!

Etá vila das nossas vidas!

Meu amor começou lá.

Belém, que a gente almeja,

Belém, que só ela tem,

Em miséria, em pobreza e felicidade,

Coisas de qualquer cidade,

Mas que começa e temina a beira rio.