OLHAR ESTRANGEIRO
Alheio à paisagem circundante
Um homem caminha por entre
Labirintos de solidão
Cada vida que atravessa a avenida
Nesta manhã nublada
É uma ilha inexplorada
Alheio aos transeuntes naufragados
Em sua própria existência
Um homem caminha indiferente
À sua inerente condição de ilha
Quiçá ele fosse mais que um promontório
Um continente inteiro de forças
Adormecidas
Todavia,
Alheio à sua condição de náufrago
Aquele homem relutante se sente
Feito um estrangeiro dentro da própria vida
* * *
Goiânia, 25 de maio de 2011