Masturbação

Amordaçando pueris sentimentos

meus dedos invadem minhas entranhas

como a gula dos homens mais sedentos

que se saciam em suas múltiplas façanhas

Vou me entregando em profundos devaneios

que me tornam numa explorada zona erógena

um outro ser suge forte em meus pensamentos

me deixando ainda mais alucinógena

São segundos que se fazem uma eternidade

numa onda gigantesca de total prazer

onde a mente domina o corpo com agilidade

crescendo uma fúria que não consigo mais deter

Gostosa invasão da minha própria intimidade

onde eu mesma alimento minhas necessidades

colocando-me num altar de intensa interioridade

aquecida, possuída e cheia de feminilidade.

A masturbação é um assunto ainda tido como pecado. Gera polêmica se comentado, pelo fato de sermos ainda uma sociedade muito preconceituosa, super crítica e pejorativamente condenatória.

As opiniões divergem-se por demais sobre esse assunto. A maioria acaba criando conceitos, baseados em más interpretações bíblicas. Acabam se deixando levar por um fanatismo religioso que os cega.

Temos que ter uma consciencia menos atrofiada e limitada. Jesus falou para uma mentalidade de dois mil anos atrás. Muitas coisas mudaram de lá para cá. Temos que pensar que nossos órgãos, também nossos órgãos sexuais, são tecidos musculares com nervos e vasos sanguíneos, completamente funcionais e que quem não pratica o ato sexual em si, ou não se masturba, acaba atrofiando o órgão. Não é uma afirmação de que ocorrerá com todos, mas é uma probabilidade, é uma propensão.

Como qualquer órgão do corpo humano, a genitália tem funcionalidade e por isso deve ser posta em funcionamento. É como uma pessoa que faz greve de fome, o seu estômago diminui. Um paraplégico tem as pernas em desuso, atrofiadas. Portanto o desuso atrofia.

E a relação com o que é ou não pecado, merece ser também muito bem discutido. Principalemente no pensamento gerado em tais momentos.Nem tudo de fato deve ser encarado como pecado. Existem coisas ou atos que a Igreja, prefere colocar como pecado para controlar o ser humano, porque ela sabe que o ser humano por si só, não consegue colocar-se limites.

Daí acredito que temos que ter sim, uma forma de contato físico com um outro e conosco mesmo, para estarmos de bem com a vida. Tocar outra pessoa e se tocar a si próprio é afetividade, é carinho, é amor.

Não devemos nos condenar por responder aos apelos do nosso corpo físico, achando que respondendo ao mesmo,vamos macular nossa imagem perante os homens e perante a Deus, como pecadores mortais.