BORBOLETA
Te encontrei na janela
Quando ao longe vislumbrava
Os últimos raios de um final de tarde cinzenta
Num prenúncio de uma noite fria.
Talvez, como eu, quisesses
Voar bem alto, atravessar
Vales e montanhas
E repousar em um reino
Muito mais tranquilo,
Sepultando o passado.
Te encontrei na janela,
Uniste as asas simetricamente
Perfeitas, não alçaste mais teu voo.
A noite esfriou
E minhas ilusões teimavam em partir
Nas asas imaginárias de um tempo que não volta mais.