O poema estava ali
O poema estava ali!
Antes de escrevê-lo
Convivia com ele calmamente.
Estava paralisado, límpido
Como o cristal!
No poder do silêncio
Ele se sobrepunha às palavras
Com paciência e retidão!
Intacto! Sobrevinha a qualquer desgosto.
Era maior que a realidade
Era um denso habitar
Sempre à procura de ornamentos!
Senhor da Razão?!
Era detentor do tempo,
Mero refém da subjetividade factível.
Seu fim era predestinado
Na sombra de uma estrada torta.
Nem Maria, nem Teresa!
O poema era suicídio
Na estória que se acaba!