Bela imperfeição
Dos escultores gregos aos humanos em raça,
Evoca-se a idéia do belo!
Elucubrações, perspectivas, variedades de gostos!
O mundo em torno de estético pensar!
Ah, ela, que em beleza transita!
Obra de Policleto?
Não importa! Ei-la aqui!
Sob meus olhos, sob minha admiração!
De tão bela guardo o reflexo,
Em minhas ofegantes pupilas,
Que se dilatam e contraem em êxtase!
Não admiro a perfeição!
De simetria exata olhos se cansam!
Artificialidade que não reside no natural!
Nem o divino é simétrico e exato,
Por que haveriam de ser as mulheres?
Detalhes de perfeição não residem no mármore,
Mesmo que dele o artista tire o belo,
Haverá sempre uma aresta ou ranhura interior
Deixando a unicidade àquela criação!
Como é exuberante a falha!
Bom tê-la para si!
Amá-la nos detalhes irregulares,
Entendendo a não-universalidade do gosto.
O meu belo, a mim pertence!
Falha que tenho em mulher para mim!
Consciente de forma aforismática afirmo:
A verdadeira beleza reside na imperfeição!