POEMA PARA OS MOVÉIS ANTIGOS - DEDICADO A AMIGA ELENITE ARAÚJO
SENHORES ESCUROS, PESADOS, RESPEITÁVEIS.
PARECIAM POSSUIR EDUCAÇÃO IMPERIAL.
MUITO OUVIAM. POUCO FALAVAM.
POUCOS VINHAM BRANCOS. LUZ!
PENSO QUE ANTIGAMENTE, NO TEMPO ANTIGO.
HAVIAM SIM, HAVIAM MESMO MOVÉIS DIFERENTES
QUE CONVERSAVAM COM A GENTE. SIM.
AS MAIS BELAS E INESQUECIVEIS PROSAS,
DE UM RICO E SIMPLES VIVER.
UM FILOSOFO , UM DIA DISSE-ME NA PHARMÁCIA.
AS MAIS BELAS CONVERSAS SÃO AQUELAS
QUE JOGAMOS PELO TEMPO AFORA.
NA JANELA DESPREOCUPADA DA ALMA
CONVERSAVÁMOS. APRENDIAMOS EM SUAS ERGONOMIAS.
OFERECIAM NOS DISTINTOS MODOS DE SOBRIEDADE.
POSTURAS MORAIS E FISICAS ASSENTADAS
A SABEDORIA EM DISCREÇÕES...
DOS MOVEIS E MESTRES ANTIGOS!
ERAM DIFERENTES, PORQUE DURAVAM MAIS.
PORQUE ERAM CONSISTENTES E SÓLIDOS NA CARNE
PASSAVA-NOS ALÉM DA HARMONIA DA SEGURANÇA.
TAMBÉM A SUTIL ESPERANÇA.....
DA NOSSA IMORTALIDADE...
OS MOVEIS ERAM MAIS PESSOAS.
QUAL ESTRELAS NA CONSTELAÇÃO DO UNIVERSO CASA,
COMUNGAVAM CONOSCO ÀS REFEIÇÕES.
SERVIAM A NÓS COMO CRIADOS E MORDOMOS EFICAZES.
O PAGAMENTO, ERA A CUMPLICIDADE.
A MESA E AS SEIS CADEIRAS DA SALA
ERAM A ANGÚSTIA DO PAI A ESPERA DA JANTA.
OS MANCEBOS GUARDAVAM AS ESPERANÇAS DAS MÃES.
CHAPÉUS CONTENTES EM PROFUSÕES.
CASAMENTOS PELA FRENTE.
MOCINHAS CONFIDENCIAVAM A PENTEADEIRA.
LICORES DORMIAM EM UM BARZINHO, SEGREDADOS.
OS SOFÁS NÃO ADMITIAM INTIMIDADES.
PARECE QUE AQUELES MOVEIS ANTIGOS
CRUZAVAM O TEMPO. EMCOMPRIDAVAM-NO.
A VALSAREM ETERNAMENTE COM O RELÓGIO DA SALA.
RELÓGIO REFINADO QUE JAMAIS UM DIA SONHOU
SER TROCADO PELAS HORAS FALSAS DA CHINA E
DO PARAGUAI.
AFINAL, ERA UM TEMPO DE VERDADES.
HOJE OS MOVEIS " MAIS " SÃO QUENTES E CONFORTÁVEIS
RELAXANDO AS POSTURAS FRAGÉIS.
EFEMEROS, DURAM MENOS QUE AS BRISAS.
NECESSIDADE DE UMA INDUSTRIA CAPITALISTA
DE SER CONSTANTEMENTE NUTRIDA.
HÁ QUEM SINTA SAUDADES E BUSQUE MOVEIS ANTIGOS,
ALGUNS IGUAIS, OUTROS MUITO PARECIDOS.
MAS SEM O TEMPO QUE OS EMOLDURAVAM..
O VELHO E DOCE TEMPO NÃO MAIS ENCONTRADO.
QUE OS FAZIAM AMIGOS E MAIS VIVOS.
A TROCAR IDEIAS COM VOCE E COMIGO.
A REALÇAR O VALOR DA ETERNIDADE.
DE PERMANECER-SE SEM CULPA NO ANTIGO.
NO QUE ESTE TEM DE VIVO E ESSENCIAL.
MAURICIO DE AZEVEDO
DO LIVRO - PÃO, POESIA E ALGUAS LETRAS,
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DEDICO ESTE POEMA A MINHA AMIGA ELENITE ARAÚJO. POETISA DE VALORES NOBRES E ELEVADOS. UMA AMIGA DE TODOS NESTE RECANTO QUE COM SUA DOÇURA E NOBREZA, INSPIRA-NOS A SER SEMPRE O MAIS AMIGO POSSIVEL. ELENITE MÃE, ESPOSA, POETISA, SENHORA DE SUA FÉ, AMIGA DA POESIA, AMIGA DE MEUS TEXTOS, SEMPRE ME PRESTIGIANDO COM PALAVRAS GENTIS, O MEU MUITO OBRIGADO. NÃO ESQUEÇO DE SEU GESTO NOBREZA PARA COMIGO, PELO CARINHO DE RECOMENDAR-ME A OUTROS POETAS, JAMAIS. ÉS UMA PESSOA ILUMINADA, MERECEDORA DE TODA A FELICDADE DO MUNDO , JUNTO AOS TEUS, AOS AMIGOS E A TUA POESIA CADA VEZ MAIS RICA E LINDA. EM TI LEMOS SEMPRE DUAS POESIAS EM UMA . A POESIA QUE TU ESCREVES E A POESIA DE TUA ALMA QUE A ELA SE AGREGA. MEUS PARABÉNS. MUITO OBRIGADO E FICA SMEPRE COM DEUS.
OBRIGADISSIMO, MAURICIO.