Talento(Poema 37)

Falha o engenho em seu propósito,

A palavra sai quebrada, rota e

Miserável... paralisam-se as ideias e

Imagens fogem apressadas e

Voam para as profundezas do desconhecido.

Verte-se riscos horizontais, verticais,

Cruzados e circulares, a folha é

Um pequeno quadro de pintura abstrata.

Os olhos começam a cansar

Por buscar um novo sentido

A qualquer frase, um palor

Avermelhado vê se pela testa

E o suor desce doridamente.

AH, se falta engenho,

Cantarei em qual momento

Clama o pobre infeliz?

O tédio,a solidão, o medo...

A folha reflete esse vazio

No falar de si, não há

Uma só gota de espontaneidade!

Ah, acaso existe um

Deus da palavra?

Onde se encontra

Meu início? Ficarei

Com pequenas e rudes

Frases ao meu prazer?

Viva engenho dentro

De minha alma, soa como

Clarim festivo e reúne

Em minha volta não incertezas,

Mas explosões de saber e

segurança.

Casmurrice, eleva-me a

Um humor jovial.

Traga-me engenho, teus

Vislumbres e águas saborosas!

LuHessBuss Moonshadow
Enviado por LuHessBuss Moonshadow em 07/06/2011
Reeditado em 05/05/2023
Código do texto: T3019302
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