Solidão.

Solidão.

(Sávio Assad)

Descrevo caminhos longos e espinhosos de puro silêncio

com o coração aos gritos, procurando um amor, perdido nessa escuridão e nesse vazio imenso do universo só.

Pés calejados e rosto já cansado de tanto caminhar nos

trilhos da ilusão, procuro por alamedas em flores secas,

pois o tempo já cuidou para que nada ficasse de pé.

Minhas mãos sem cor e sem brilho, enrugadas, com pequenas valas e sulcos do entardecer tenebroso e vadio

que nos persegue a cada instante de nossas emoções.

Corpo exausto e meio curvado, pedindo um leito macio

onde a cabeça possa se acomodar entre travesseiros de

puro prazer aconchegante e solitário, só sonhar.

Meus olhos percorrem campos e alamedas, encontrando

o céu ao longo, querendo enxergar o horizonte, para ver

se te encontro, entre nuvens prateadas e reluzentes.

Mas, por mais que eu ainda tente, não poderei te encontrar, pois te perdi nos caminhos traiçoeiros da ilusão,onde o jogo se faz presente a cada momento de nossas vidas, sem fim.

Ainda sigo, passos pequenos,cambaleando em alguns momentos e levantando em outros e levando a vida que ainda possuo dentro de mim, com seu rosto, sempre a minha frente.

Niterói - RJ - Brasil

26/11/2006

Sávio Assad
Enviado por Sávio Assad em 26/11/2006
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