Amor e Ódio

Nunca me permiti te odiar
Confesso constrangido
Te amei tão cegamente
Que não vi que me traías
Não quis ver
Que me humilhavas
Não quis ver, não via
Rindo-te, me deixaste um dia
O apartamento vazio
A dor tão grande
O desvario
E de repente voltavas
Não pra jurar que me amavas
Mas pra falar de desenganos
Dizer que não encontravas
Tudo o que eu já te oferecia
Do que zombavas, não querias
Que pena!
O tempo não curou minhas feridas
Inflamaram
No ir dos anos, mil vezes sonhei contigo
E a cada despertar, mil vezes morri
E tu também morrias comigo
Não eras deusa, eras pequena
Tanto fel que derramaste
Matou teu rosto
Murchou teu seio
Hoje, não mais te amo
Enfim, te odeio.

                                                     Americana, Novembro de 2000

HFigueira
Enviado por HFigueira em 08/06/2011
Reeditado em 16/06/2013
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