SILÊNCIO

Partes de mim em silêncio

escutam o barulho

das tempestades adormecidas

desejos

(interditos que trago)

não estão mortos

nem adormecidos

sequer

estão silenciados

como um grito

calado, dormindo, à sombra de um vulcão.

O silêncio que passa por mim

agora

é uma voz

que anuncia um bicho humano

a passear pela urbs

na procura de si.

Se me sacodem verão enfim

sem grito por que não grito

mas em mim estou

silêncio... silêncio...

a dizer que tudo existe

porque está

na mais plena loucura

das sensações terrenas.

para tantos desejos de agora

a vida pode ser pequena.

Gedeon Campos
Enviado por Gedeon Campos em 11/06/2011
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