REINVENTAR-SE

me torno um rio vivo de lágrimas

por alívio de esvaziar minhas águas
que sangram nas dores da alma...

me torno um horizonte aberto
nos pactos e palcos do agora
quero me parir de dentro pra fora
fazer do mundo um útero de paz...

ofereço o sorriso nascido do pranto
mais largo que a dor, maior que o espanto
mais vivo talvez que o lamento de um anjo
na mais humana natureza me ergo
e em mim cá estou...

adentro num céu molhado de estrelas
que planto com versos, com cantos, com gestos
com a mesma voz que um mantra entoa
a nomear o amor na ave que voa...

falo a quaisquer ouvidos
que me queiram ouvir
a qualquer falo sem medo de agir
tanto ao feminino que reinventa o amor
às almas abertas sem nenhum pudor...

por vias etéreas meu corpo entrego
ao corpo da terra da qual filha sou
pétala de sol que ao vento se solta
na elevação espiralar do amor...

só comparável à consciência da morte
na transparente expressão do prazer
delicados perfumes e sons da pureza
tocam a sinfonia do amanhecer...


fascinantes linhas do tempo e da história
imprimem no homem o gozo e a memória

saibam ou não ler nas entrelinhas
a linguagem universal do amor
em turvas linhas...





Lídia Carmeli
Enviado por Lídia Carmeli em 15/06/2011
Reeditado em 17/06/2011
Código do texto: T3036550
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