Cilada

Tua lâmina brilha, cintila

meu corte é cego, não corto nem firo

sou presa fácil no gesto ágil

meu grito um suspiro

um sussurro no ouvido

eu me reviro sob teu corpo

escondo meu rosto

libero meu cheiro

meu cio veneno embriaga teu louco

encharca tua veia

destorce essa teia

sob teu peso me rendo

me enredo e te prendo

tua pele me cobre molhada

e te sinto sereno

suado caindo

na mesma cilada.