às favas

Vi o mais belo pôr-do-sol que estes dois olhos podem ver

Descia para fechar os quartos de baixo da caserna e ele estava lá, bem à minha frente

Queria fazer uma fotografia, não daria tempo, resolvo então só assistir, para ñ perder a cena

Há um barco à velas - velas arriadas - e um casal que passa vindo do trabalho

Ela à frente e ele atrás meio cabisbaixo, taciturno

Já os tinha avistado antes, enquanto iam, naquele mesmo jeito, naquele mesmo estado - de espírito -

Uma visão surreal, cores surreais

Só me sentei e fiquei ali, perto de Deus, o deus ao meu alcance, longe da neurose dos homens, dos ácidos anti-ferrugem e do doce olhar do Fábio

Se me mandassem às favas eu iria, com prazer!

Não sei porque diabos mas adormeci pensando nisto naquela noite

Talvez porque fosse noite de lua cheia

num inverno

Noite de lobos e homens...

*fabio = favas

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 17/06/2011
Reeditado em 25/07/2011
Código do texto: T3040313