chão
Por que insistem enfiar o dedo em minha tristeza. Insensatos!
Quando aprenderão não subestimar minha independência
Não é pecado ultrapassar os limites da consciência, ainda
mais se ela não é verdadeiramente sua
Percebam o sol que ainda aquece as vossas costelas
Não é de mim e da minha solidão que necessitais
Tampouco serão meu sorriso largo e minhas lágrimas vossos deleites
Deixem que eu ande sem medo de olhar o chão
Permitam que eu pise o gramado
Estou andando descalça e este asfalto frio me esfola os pés
Trago comigo algumas sementes de girassol
Jardineiros se esqueceram de alimentar os pássaros e as abelhas
Têm andado muito ocupados recolhendo lixo nos canteiros