chão

Por que insistem enfiar o dedo em minha tristeza. Insensatos!

Quando aprenderão não subestimar minha independência

Não é pecado ultrapassar os limites da consciência, ainda

mais se ela não é verdadeiramente sua

Percebam o sol que ainda aquece as vossas costelas

Não é de mim e da minha solidão que necessitais

Tampouco serão meu sorriso largo e minhas lágrimas vossos deleites

Deixem que eu ande sem medo de olhar o chão

Permitam que eu pise o gramado

Estou andando descalça e este asfalto frio me esfola os pés

Trago comigo algumas sementes de girassol

Jardineiros se esqueceram de alimentar os pássaros e as abelhas

Têm andado muito ocupados recolhendo lixo nos canteiros

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 19/06/2011
Reeditado em 19/08/2011
Código do texto: T3043809