reaprendendo a voar

Não te afastes muito

ou te afastes, de vez, eu não posso

não ainda, estou presa

Não entendo, por que tu e não outro

Destes sentimentos como os paternais não é de se entender

é de se sentir eu sei mas, por que tu?

Tão convicta estive da minha prazerosa solidão!

Quem diz é a minha alma

O meu corpo conhece a temperança - no silêncio -

Estás tão próximo e tão longe

Nem sonhava que pudesse abrir assim meu coração

Nascida sob o signo de uma balança

Não há como pesar nem medir tal evento

Quando um pouco mais longe - ou mais perto - quem sabe!

Talvez não passemos de irmãos espirituais

Poetas somos seres muito esquisitos mesmo

Os doidos de loucura sana

Não é o que escrevemos que nos faz

É como vemos e sentimos

É o jeito como nos tocamos e ao mundo

Mas isto tão forte assim é de meter medo!

Cuidador, se estás a jogar saiba não estou disposta

a perder, nem tampouco a ganhar

Não passo agora de pequeno animal ferido

A tristeza vem abatendo a minha tribo

- e nós simplesmente não sabemos como ser tristes! -

Contudo lhe serei eternamente grata

através de ti reaprendo a voar!

E se não és o jogador o meu mais profundo respeito

e admiração, o meu amor - incondicional -

Pois que ainda penso poder eu estar em estado delirante

Sofrimentos intensos costumam provocar tais reações

Divago imaginando por quantas vezes li poetas cantando

em versos e prosa situação semelhante e eu

só conseguia entender tais poemas como delírios

de absinto!

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 22/06/2011
Reeditado em 22/06/2011
Código do texto: T3049730