As traças do tempo

Jogue fora certas cartas e desfaça-se de certos livros.

Ora, já estão velhos demais, empoeirados,

contidos com inúmeras traças;

traças estas que ocupam um coração,

sem deixar rastro para novos ares,

talvez um ar mais puro.

Pegue o lápis.

Afinal, existe o eterno,

esse eterno é a tamanha amizade

que tem-se com o franzino lápis.

Apesar de estar sofrendo por consequências de tais traças,

que tu mesmo deixastes acumular,

dedique-se por escrever mais uma carta.

Talvez a última,

ou quem sabe apenas, uma de milhares.

Eu queria ter o corpo de ferro e mente robótica,

para nunca ter que sentir a dor da perda, seja qual for.

Dor essa que tanto martiriza.

[...] E por mais forte que seja,

seguir em frente, buscar a cura desse enfermo.

Somente o tempo pode nos dar a bula,

mesmo não sendo eterno,

porém, cura.

Marinara Sena

22/06/2011

Marinara Sena
Enviado por Marinara Sena em 23/06/2011
Reeditado em 03/10/2012
Código do texto: T3052377
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.