As traças do tempo
Jogue fora certas cartas e desfaça-se de certos livros.
Ora, já estão velhos demais, empoeirados,
contidos com inúmeras traças;
traças estas que ocupam um coração,
sem deixar rastro para novos ares,
talvez um ar mais puro.
Pegue o lápis.
Afinal, existe o eterno,
esse eterno é a tamanha amizade
que tem-se com o franzino lápis.
Apesar de estar sofrendo por consequências de tais traças,
que tu mesmo deixastes acumular,
dedique-se por escrever mais uma carta.
Talvez a última,
ou quem sabe apenas, uma de milhares.
Eu queria ter o corpo de ferro e mente robótica,
para nunca ter que sentir a dor da perda, seja qual for.
Dor essa que tanto martiriza.
[...] E por mais forte que seja,
seguir em frente, buscar a cura desse enfermo.
Somente o tempo pode nos dar a bula,
mesmo não sendo eterno,
porém, cura.
Marinara Sena
22/06/2011